segunda-feira, 13 de junho de 2011

Educação sexual: vergonha ou Ignorância?

Por: Constâncio Pereira Novinho Nhantumbo

Nos dias que correm verifica-se um forte incremento de situações que tentam por em risco a sobrevivência humana, facto aliada a não esclarecimento ou ensinamentos dos mais novos pelos pais ou mesma própria sociedade sobre a educação sexual.

Alguns pais tem medo de enfrentar os filhos explicando uma vez por semana sobre a educação sexual dos jovens. O medo referido pode ser fatal num determinado momento, em virtude desses jovens não disporem de quase nada sobre como começar a actividade sexual, principalmente os que se encontram numa fase ou estado sexual activo.

Mas o que será educação Sexual?

Educação sexual é definido sendo toda acção ensino-aprendizagem sobre a sexualidade humana, seja ao nível do conhecimento de informação básica e/ ou discussões e reflexões sobre valores, sentimentos, emoções e atitudes relacionados á vida sexual. (Figueiró,2001).


Quais as percepções da sociedade sobre a sexualidade?

Como é sobejamente conhecido por todos nós que, a religião no mundo tem sido a via de socializar o indivíduo e criar famílias.

Assim, por exemplo, de acordo com a Filosofia platónica, o indivíduo era orientado para manter o uso dos prazeres dentro do casamento, para que pudesse aprimorar o domínio sobre si mesmo, com o intuito de cuidar-se mesmo.

Para Gregerse (1983), citado por Figeiro (2001), Aristóteles, considerado o pai da sexologia ocidental, foi sem dúvida o pensador mais influente na moral sexual, cuja ideias foram adaptadas centenas de anos depois por Avicenna e São Tomás de Aquino.


Assim, por exemplo, a procriação tornou-se logo, na sociedade cristã, o que já era na moral dos estóico- uma das razões de ser da sexualidade.


De acordo com Figueiró (2001), A ligação entre o sexo e o pecado e o preconceito cristão contra aactividade sexual começaram com São Paulo.

Abordagem africana sobre a educação Sexual.

No que concerne a visão africana sobre a educação sexual no caso Moçambique, a comunidade encara este facto como sendo uma forma de instar os jovens a praticarem muito cedo a sexualidade, dai que os pais temem falar perante os filhos sobre a pertinência dessa matéria.
A comunidade, a escola, a religião tem sido fontes conducentes a educação e socialização dos jovens, o que concorrem de igual maneira na promoção do bem-estar subjectivo dos jovens que se encontram na fase activa da sexualidade.

Por exemplo, em algumas regiões moçambicanas, quando as raparigas estão na fase de consciencialização para o casamento ou lobolo, tem relizado pequenos eventos educativos, com as chamadas massungukates (as conselheiras mais velhas), de modo a incutir no seio do pensamento da mulher que se prepara para casar ou receber um marido, a ideia de que tudo e a qualquer hora que o marido solicitar para fazer o sexo, a mesma deve se fazer presente, o que muita das vezes já não acontece com o marido ou o jovem. Apesar do mesmo jovem ser submetido também a um processo de aconselhamento com os madodas (anciãos), estes por sua vez ensinam -lhe que deve exigir sempre que for possível da mulher, e que o mesmo deve ser dominante.

Conclusão

Para os africanos, a sexualidade é vista como sendo um processo que culmina com a procriação, dai que se uma mulher que se casa ou junta-se a um homem, e passado algum tempo não demonstra a sua maturidade através de filhos, os familiares são obrigados a devolverem os factos, o gado e até mesmo dinheiro que o homem (marido), havia tirado durante o lobolo ou casamento tradicional.


Assim, sendo recomenda-se aos pais, encarregados de educação, a comunidade, o Governo e as escolas, que se evidenciem estrátegias face a essa problemática, porque o que tem acontecido nas escolas é que os professores tem muito medo ou vergonha, senão vão se conotado por alguns alunos ou pessoas. Do mesmo ponto, que a comunidade nega contribuir, porque acham que estará a despertar atenção pelo sexo aos jovens.
Dizer que torna-se muito difícil e perigoso, controlar os elevados indíces de seroprevalência no país, pois os que deviam falar da sexualidade, educação cívica e outras formas de transmissão de conhecimento sobre a sexualidade, encontram-se a descansar, mas sabendo que é uma edificação de problemas sociais actuais, em detrimento dos jovens fazerem o sexo sem a devida preacaução, nem conhecimento, que os que são responsáveis pela educação fogem.


Referência Bibliográfica

Figueiró, M. N.D (2001). Educação Sexual: Retomando uma proposta , um desafio.-2ed:ed.UEL: Londrina.

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