segunda-feira, 25 de julho de 2011

A motivação como factor preponderante no desempenho das funções

Por Constâncio Pereira Novinho Nhantumbo

1. Nota Introdutória

O conhecimento das necessidades dos membros de organização, nos dias que correm joga um papel determinante no sucesso da mesma, pois estimula de forma positiva a capacidade dos colaboradores face a maximização dos objectivos traçados.

As pessoas dentro de uma organização, constituem o mais valioso recurso da unidade social.

Assim, torna-se crucial para os gestores actuais empenharem-se nesse desafio de revitalizar o espírito motivador dos seus colaboradores. Para tal, há uma necessidade de se procurar adequar ou combinar as condições ergonómicas de maneira a se coadunar o sistema comando - sinal, que é a chave de desenvolvimento e aumento da produtividade, ao mesmo tempo criando condições para o sucesso da organização.

De acordo com as teorias de administração actuais, só existirá maior produtividade, quando a interacção eficiência e eficácia coexistirem.


2. Definição de conceitos chaves

Organização:- É um sistema ou unidade social composto por duas ou mais pessoas que compartilham os mesmos anseios, mesmos objectivos e metas a serem atingidas.

Para Franqueira (2004), as organizações são unidades sociais que se constituem para atingir objectivos específicos e que mantém uma continuidade através de tempo, podendo ser de carácter informal ou formal.

Estrutura organizacional:- é a representação dos diferentes órgãos e níveis hieráriquicos que compõem uma organização e as ligações entre eles.

Motivação:- É um empowerment ou empoderamento através de feedback a um indivíduo de forma a criar uma maior auto-eficiência e eficácia.


3. Dualidade perspectiva: Organização / individuo

A perspectiva organizacional é encontrar uma pessoa para preencher um determinado cargo e desempenhar um conjunto de actividades designado tarefa.
Nesta conjuntura inicial de contractação, a organização não tem preocupação ou empatia em relação as metas do indivíduo. Nenhuma organização contracta ou emprega indivíduo pensando na realização das metas das pessoas.

Portanto, de acordo com Puri (2000), as organizações como entidades sociais, tem como metas a produtividade, crescimento, credibilidade e mais lucretividade e o mesmo autor acrescenta que os indivíduos como pessoas singulares tem como metas dinheiro, ambiente de trabalho, o próprio trabalho, auto-estima, segurança e o equilíbrio entre a vida profissional e social, ascensão e auto realização.

Contudo, também no que tange as perspectivas individuais, muito à semelhança da organização, o indivíduo não tem empatia ou sentimentos especiais pelas metas da organização.

Segundo Puri (2000), ambas partes tem um papel equivalente na vida. Se deixar de cumprir a sua obrigação (há perda para ambas, muito embora a organização enfrenta uma aperda maior porque fica assente em torno de um processo de contractar ou recontractar pessoas o que vai implicar uma grande redução na produtividade e gastos indesejados de recursos, mas o indivíduo também sente angústia de contínua instabilidade e insatisfação. Porém, quanto maior ou mais a organização se esforçar pela felicidade e satisfação dos seus empregados, mais o empregado ficará comprometido, dedicado e leal a causa da organização.

Para Wagner III (2006), uma das metas básicas de todos os gerentes é motivar os trabalhadores a desempenhar suas actividades em seu mais alto nível. Há muitas teorias diferentes sobre a motivação, para o trabalho, a maioria delas compartilhando alguns elementos comuns, bastante incrementar-se os programas motivacionais, boa recompensa, e outros.

A complexidade da natureza do homem

O homem como um ser transacional, que não só recebe os insumos ou input do ambiente e reage aos mesmos e adapta uma posição practiva, antecipando e muitas das vezes, procurando mudanças que ocorrem em seu ambiente.

Segundo Tivane (1999/2000), o homem tem um comportamento dirigido para um objectivo, o que significa dizer que é capaz de ter objectivos ou as funções e de aplicar grandes doses de esforço no sentido de alcançá-los.

Para o mesmo autor, o comportamento das pessoas em uma organização é complexa, depende de factores internos (decorrentes de sua característica dde personalidada, como capacidade de aprendizagem, de motivação, de ppercepção de ambiente interno e externo de atitudes, de emoção e também factores externos decorrentes de condições oferecidas pela organização como sistema de recompensas ou incentivos, punições, factores sociais, políticas e coesão grupal.

4.Referência Bibliográfica

Franqueira, A(20049. Sociologia da função pública e deontologia profissional. curso de administração em autarquias: Coimbra. C.E.F.A

Puri. S.C (2000). Gestão de estabilidade- A arte de manter, motivar e criar desafios para colaboradores.- Rio de Janeiro.Editora Quality Mark.

Tivane. D,V (1999/2000).5º Ano Curso de Administração pública:O factor humano nas organizações- textos de Apoio. Maputo. UEM

Wagner III,J.A, Holembeck, J,R (2006) Comportamento Organizacional. São Paulo. Editora Saraiva.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Educação sexual: vergonha ou Ignorância?

Por: Constâncio Pereira Novinho Nhantumbo

Nos dias que correm verifica-se um forte incremento de situações que tentam por em risco a sobrevivência humana, facto aliada a não esclarecimento ou ensinamentos dos mais novos pelos pais ou mesma própria sociedade sobre a educação sexual.

Alguns pais tem medo de enfrentar os filhos explicando uma vez por semana sobre a educação sexual dos jovens. O medo referido pode ser fatal num determinado momento, em virtude desses jovens não disporem de quase nada sobre como começar a actividade sexual, principalmente os que se encontram numa fase ou estado sexual activo.

Mas o que será educação Sexual?

Educação sexual é definido sendo toda acção ensino-aprendizagem sobre a sexualidade humana, seja ao nível do conhecimento de informação básica e/ ou discussões e reflexões sobre valores, sentimentos, emoções e atitudes relacionados á vida sexual. (Figueiró,2001).


Quais as percepções da sociedade sobre a sexualidade?

Como é sobejamente conhecido por todos nós que, a religião no mundo tem sido a via de socializar o indivíduo e criar famílias.

Assim, por exemplo, de acordo com a Filosofia platónica, o indivíduo era orientado para manter o uso dos prazeres dentro do casamento, para que pudesse aprimorar o domínio sobre si mesmo, com o intuito de cuidar-se mesmo.

Para Gregerse (1983), citado por Figeiro (2001), Aristóteles, considerado o pai da sexologia ocidental, foi sem dúvida o pensador mais influente na moral sexual, cuja ideias foram adaptadas centenas de anos depois por Avicenna e São Tomás de Aquino.


Assim, por exemplo, a procriação tornou-se logo, na sociedade cristã, o que já era na moral dos estóico- uma das razões de ser da sexualidade.


De acordo com Figueiró (2001), A ligação entre o sexo e o pecado e o preconceito cristão contra aactividade sexual começaram com São Paulo.

Abordagem africana sobre a educação Sexual.

No que concerne a visão africana sobre a educação sexual no caso Moçambique, a comunidade encara este facto como sendo uma forma de instar os jovens a praticarem muito cedo a sexualidade, dai que os pais temem falar perante os filhos sobre a pertinência dessa matéria.
A comunidade, a escola, a religião tem sido fontes conducentes a educação e socialização dos jovens, o que concorrem de igual maneira na promoção do bem-estar subjectivo dos jovens que se encontram na fase activa da sexualidade.

Por exemplo, em algumas regiões moçambicanas, quando as raparigas estão na fase de consciencialização para o casamento ou lobolo, tem relizado pequenos eventos educativos, com as chamadas massungukates (as conselheiras mais velhas), de modo a incutir no seio do pensamento da mulher que se prepara para casar ou receber um marido, a ideia de que tudo e a qualquer hora que o marido solicitar para fazer o sexo, a mesma deve se fazer presente, o que muita das vezes já não acontece com o marido ou o jovem. Apesar do mesmo jovem ser submetido também a um processo de aconselhamento com os madodas (anciãos), estes por sua vez ensinam -lhe que deve exigir sempre que for possível da mulher, e que o mesmo deve ser dominante.

Conclusão

Para os africanos, a sexualidade é vista como sendo um processo que culmina com a procriação, dai que se uma mulher que se casa ou junta-se a um homem, e passado algum tempo não demonstra a sua maturidade através de filhos, os familiares são obrigados a devolverem os factos, o gado e até mesmo dinheiro que o homem (marido), havia tirado durante o lobolo ou casamento tradicional.


Assim, sendo recomenda-se aos pais, encarregados de educação, a comunidade, o Governo e as escolas, que se evidenciem estrátegias face a essa problemática, porque o que tem acontecido nas escolas é que os professores tem muito medo ou vergonha, senão vão se conotado por alguns alunos ou pessoas. Do mesmo ponto, que a comunidade nega contribuir, porque acham que estará a despertar atenção pelo sexo aos jovens.
Dizer que torna-se muito difícil e perigoso, controlar os elevados indíces de seroprevalência no país, pois os que deviam falar da sexualidade, educação cívica e outras formas de transmissão de conhecimento sobre a sexualidade, encontram-se a descansar, mas sabendo que é uma edificação de problemas sociais actuais, em detrimento dos jovens fazerem o sexo sem a devida preacaução, nem conhecimento, que os que são responsáveis pela educação fogem.


Referência Bibliográfica

Figueiró, M. N.D (2001). Educação Sexual: Retomando uma proposta , um desafio.-2ed:ed.UEL: Londrina.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Vida e Obra de Constancio Pereira Novinho

De nome completo Constâncio Pereira Novinho Nhantumbo, vi a luz do dia pela primeira vez, quando eram 11 horas 2 minutos do inesquecível dia 16 de Maio do longínquo ano de 1982, em Maputo, no Hospital Central do mesmo nome.
sou filho de uma família eminente na função pública, pai extinto funcionário ou aposentado da Universidade Eduardo Mondlane, fez os seus estudos na Escola Comercial de Maputo e mais tarde ingressa na então Liceu Salazar, hoje Escola Secundária Josina Machel.
Sou o quinto dos oito filhos que o casal tinha, tendo em 2005, falecido o mais novo e em Outubro de 2010, a mais velha e a unica mulher da familia.

Constâncio Nhantumbo, como sou carinhosamente tratado, muito cedo revelei-me com qualidades invejáveis na formação do homem actual, onde aprendi a ler as primeiras letras do alfabeto antes de entrar na escola oficial, graça ao apoio concedido pela minha mãe.

Por isso, que digo: “Descobri o meu nome com a minha mãe e conheci as primeiras expressões matemáticas, na escola primária Patrice Lumumba e Singathela, onde fiz o ensino primário do primeiro grau, mais tarde o segundo Grau na escola completa São Dâmaso”. Fiz o nível secundário do ensino básico e médio nas escolas secundárias da Machava Sede e Matola, respectivamente, tendo mais tarde ingressado no Instituto Comercial, hoje ISCA (Instituto Superior de Contabilidade e Auditoria), onde me formei em Contabilidade.

Contudo, para além da minha formação em Contabilidade, fiz o curso de Biblioteconomia e Documentação merecé de uma bolsa concedida pelo CEDEP- UEM, e mais tarde fiz o curso de Psicologia na especialidade de Psicologia Social e das Organizações.

Sou funcionário da UEM afecto no Departamento de Contabilidade da Faculdade de Educação e da UNESCO, sob regime parcial no projecto DVV, para educação de Adultos, onde desempenho a função de Assistente Administrativo, vivo casado e sou pai de dois filhos, Edmilson e o Júnior, falo chope, Changana, Português e Inglês.

Colaborei em vários jornais Juvenis, destacando os seguintes: Jornal Xicandarinha, Brio Juvenil, o Despertar e no Renascer, onde neste último desempenhei as funções de Director.

Sou membro de conselho de Direcção da Faculdade de Educação, órgão máximo na tomada de decisões para os destinos da mesma e representado o CTA OU CORPO TECNICO ADMINISTRATIVO e nos tempos livres, gostO de jogar futebol, e ler um livro sobre a cultura geral ou de psicologia.

“Na vida ninguém pode voltar a fazer o que não fez no passado para servir de inicio, mas pode voltar a criar mecanismo para começar um novo fim”
Em Homenagem ao:
Octávio Mércio Nhantumbo 1990- 2005 e Arlete da Conceição Nhantumbo 1973- 2010

perspectiva sócio- histórica de Lev Semynovitch Vygotsky para a educação em Moçambique

Por:Constancio Pereira Novinho Nhantumbo


Sobre o Autor

De nome completo Constâncio Pereira Novinho Nhantumbo, viu a luz do dia pela primeira vez, quando eram 11 horas 2 minutos do inesquecível dia 16 de Maio do longínquo ano de 1982, em Maputo, no Hospital Central do mesmo nome.
Filho de uma família eminente na função pública, pai extinto funcionário aposentado da Universidade Eduardo Mondlane, fez os seus estudos na Escola Comercial de Maputo e mais tarde ingressa na então Liceu Salazar, hoje Escola Secundária Josina Machel.

Constâncio Nhantumbo, como é carinhosamente tratado, muito cedo revelou –se qualidades invejáveis na formação do homem actual, onde aprendeu a ler as primeiras letras do alfabeto antes de entrar na escola oficial, graça ao apoio concedido pela sua mãe. Dizia ele, que: “Descobri o meu nome com a minha mãe e conheci as primeiras expressões matemáticas, na escola primária Patrice Lumumba e Singathela, onde fiz o ensino primário do primeiro grau, mais tarde o segundo Grau na escola completa São Dâmaso”. Fez o nível secundário do ensino básico e médio nas escolas secundárias da Machava Sede e Matola, respectivamente, tendo mais tarde ingressado no Instituto Comercial, hoje ISCA (Instituto Superior de Contabilidade e Auditoria), onde se formou em Contabilidade. Ele, para além da sua formação em Contabilidade, fez o curso de Biblioteconomia e Documentação merecé de uma bolsa concedida pelo CEDEP- UEM, e fez os seus estudos superiores na Faculdade de Educacao da UEM, Vertente Social e das Organizacoes

. É funcionário da UEM afecto no Departamento de Contabilidade da Faculdade de Educação e da UNESCO, sob regime parcial no projecto DVV, para educação de Adultos, onde desempenha a função de Assistente Administrativo, vive juntado e é pai de dois filhos, Edmilson e o Júnior, fala chope, Changana, Português e Inglês. Nhantumbo, colaborou em vários jornais Juvenis, destacando os seguintes: Jornal Xicandarinha, Brio Juvenil, o Despertar e no Renascer, onde neste último desempenhava as funções de Director.

É membro de conselho de Direcção da Faculdade de Educação, órgão máximo na tomada de decisões para os destinos da mesma representando o CTA e nos tempos livres, gosta de jogar futebol, e ler um livro sobre a cultura geral ou de psicologia.
(In Ernesto Sautiane Gume)

Dedicatória
Pelo presente trabalho de pesquisa Académica dedico:
A minha esposa Bela aos meus filhos e os meus amigos, Ernesto, Gerónimo, ao senhor Chongo, Fernando Gove, Postiga, Jujú, Anita, Aidinha e a mamã dra. Alice, os que me tem dado a poio quanto aos aspectos da vida, no que concerne a forma de socialização, respeito e dignidade. E por último quero dedicar a todos meus colegas, quer a nível do local de trabalho, quer da turma, pela força que tem me oferecido, junto a todos docentes pela cortesia que vem me concedendo e pela paciência nesse processo de ensino e aprendizagem e um meu Kanimambo e a todos que me querem bem e aos meus inimigos.


“Na vida ninguém pode voltar a fazer o que não fez no passado para servir de inicio, mas pode voltar a criar mecanismo para começar um novo fim”

Em Homenagem ao:
Octávio Mércio Nhantumbo 1990- 2005


Acrónimos
CEDEP: Centro de Desenvolvimento Profissional
CTA: Corpo Técnico Administrativo
FACED: Faculdade de Educação
PSO: Psicologia Social e das Organizações
UEM: Universidade Eduardo Mondlane



I-Introdução
Neste presente trabalho sobre a pesquisa académica, falarei da perspectiva sócio- histórica de Lev Semynovitch Vygotsky para a educação em Moçambique.
Abordarei ainda durante o trabalho alguns aspectos candentes sobre aprendizagem no Pais no contexto cultural, fazendo uma intersecção daquilo que concerne a realidade social no âmbito histórico da aprendizagem como uma forma de construção do saber cientifico, tendo como base os pressupostos construtivos.
É com base nestas influências do socialismo revolucionário e materialismo dialéctico de Friedrich Engels e do Karl Max, que farei uma ponte de ligação com a perspectiva Vygostykiana e que irei usar como suporte de ponto vista crítico e essencial para que o meu trabalho de pesquisa seja delicado na sua base de ser no que concerne, a concepção ideológica de aprendizagem numa sociedade real, refiro me neste caso de Moçambique.
E por último, mencionarei algumas características centrais da aprendizagem no Pais, bem como a definição posterior da aprendizagem segundo vários aspectos focais.



II- Estrutura do presente ensaio
Este ensaio encontra-se dividido em dois capítulos, onde no primeiro encontramos, os subtítulos: o problema de reflexão, objectivos, metodologia, interesse pela pesquisa, e o segundo Capítulo, encontramos as definições de alguns conceitos chaves de educação, Implicações Gerais da perspectiva da passagem automática para a educação em Moçambique, O ensino centrado no Estudante e a sua relevância e por último a conclusão e a referência Bibliográfica.

Capítulo I

1- Problema da Reflexão
Apresentada a origem da reflexão ou da pesquisa, levanta-se como problema de estudo a seguinte situação: Numa altura em que o Ministério da Educação e Cultura de Moçambique e o INDE, debatem com grande acuidade sobre a revisão curricular em vigor no País, e onde através do programa educação para todos, e a educação centrada no estudante, o ensino requer o aperfeiçoamento e uma maior atenção as condições sócio- histórica, e económica cultural do País. Esta situação exige que os professores tenham qualificação apropriada as novas demandas de ensino tomando em consideração as questões sócio- histórica e cultural, e não só económicas visto que estamos num mundo liberalizado. Fracasso ou sucesso escolar? Eis a questão.

1.2- Objectivos do Ensaio
Este ensaio académico, tem como objectivos explorar até que ponto as possibilidades dos métodos de ensino- aprendizagem centrados no estudante em Moçambique, tendo como base a contribuição de Vygotsky no contexto sócio-histórico.

1.3- Questão do ensaio
Na ordem de gerar informações que sustentam a solução do problema identificado, foi formulada a seguinte questão:
Qual é o papel da interacção sócio- histórica para a educação em Moçambique?
1.4- Metodologia
Para a efectivação deste ensaio Académico, foi através de uma consulta e revisão bibliográfica, dos livros que abordam a concepção Vygotskyana face ao desenvolvimento e aprendizagem

1.5- Interesse pelo Ensaio
Este ensaio é de grande interesse para os psicólogos de aprendizagem, estudantes, professores, etc, os quais têm vindo a desempenhar uma função primordial no ensino-aprendizagem.
Os psicólogos de aprendizagem, bem como os professores e planificadores de currículos escolares, constatam com vários problemas inerentes as condições sociais, onde tem sido um desafio na procura de soluções mais eficazes para responder as demandas que hoje são impostas pelo ensino num momento em que o currículo escolar no País está em transformação. Tal transformação exige de todos os intervenientes neste processo conhecimentos mais renovados de forma a tornarem –se facilitadores.

2- Capítulo II

2.1- Definição de alguns conceitos chaves de Vygotky
Zona de Desenvolvimento Real ou Afectivo- é o nível que corresponde as funções mentais da criança que se estabeleceram como resultado de determinados ciclos de desenvolvimentos já completados.
Zona de Desenvolvimento Potencial- É definido pelos problemas que a criança consegue resolver com o auxílio de pessoas mais experientes, isto é o facilitador.

Zona de Desenvolvimento Proximal- é a zona onde constitui-se por aquelas funções que ainda não estão maduras, mais sim em processo de maturação, quer dizer, que ainda se encontram em um estágio embrionário.
Conceitos Cotidianos- são conceitos espontâneos, que o individuo constrói através da sua interacção com os outros no meio onde vive.
Conceitos Científicos- é o conhecimento que o indivíduo adquire na escola através de uma facilitação de um professor ou de um outro indivíduo especializado.

2.2- Pressupostos Filosóficos e Epistemológicos
Em contacto com o modelo teórico proposto por Vygotsky, não é difícil perceber que seus estudos foram profundamente influenciados pelos pensamentos de Karl Marx e Friedrich Engels.

É na dialéctica materialista que vygotsky busca subsídios para desenvolver seu método e elaborar hipótese com o intuito de explicar como ocorre a aprendizagem e o desenvolvimento das funções superiores do comportamento humano.
Assim, da complexa obra de Marx e Engels, este estudo sistematiza apenas algumas das suas teses que se acredita muito pertinentes para um melhor entendimento de importante papel que Vygotsky atribui ao ambiente histórico- social nos processos de desenvolvimento e aprendizagem.
A compreensão do modelo epistemológico proposto por Marx e Engels exige que se considere, por um lado, a estreita relação entre o referencial teórico “Vygotsky” e a actuação política desses dois filósofos e por outro lado, a influência que receberam de outros pensadores.

2.3- A aprendizagem na visão de Vygotsky
Segundo Vigotsky, a aprendizagem constrói-se a partir de relações intra e inter pessoais do sujeito. (Leontiev, 1988, citado por Palangana, 2001).
Trata-se de um processo do plano social, para o plano individual, visto que, é na troca de relacionamento com os outros sujeitos e consigo próprio que o individuo vai internalizando conhecimentos e a própria consciência, aqui destaca-se a formação dos conceitos, Cotidianos e Científicos.

De acordo com Mendonça (2006), para “o primeiro, são construídos pelo homem (criança) espontaneamente a partir da interacção vivencial e segundo, a partir de estudos cuidadosos, ministrados nas escolas, e que os dois conceitos concorrem para a formação de um outro conceito estreito, o de Generalização”. O sujeito de conhecimento para Vygotsky, não é passivo, mas sim regulado por forças externas que se moldam.
Para Vygotsky, a aprendizagem está presente desde o inicio da vida da criança. Qualquer situação de aprendizagem tem um histórico antecedente ou precedente. Nessa perspectiva, a inteligência é definida como a habilidade para aprender, desprezando as teorias que concebem a inteligência como aprendizagem prévia, já efectuada (Castorina, 2003).

De acordo com Palangana (2001:108), “Identificam-se três níveis de desenvolvimento para aprendizagem, Zona de Desenvolvimento Real, Zona de Desenvolvimento Potencial e Zona de Desenvolvimento Proximal”, onde se utiliza por exemplo, testes de inteligência afim de avaliar a idade mental de uma criança, o segundo que se refere a distância entre o Nível de Desenvolvimento Real, determinado através da solução de problemas sob a orientação de adultos ou companheiros mais capazes .
É na Zona de Desenvolvimento Proximal, ou seja em que, ela activa processos de desenvolvimento que se tornam funcionais na medida em que a criança interage com pessoas em seu ambiente, internalizando valores, significados, regras, enfim, o conhecimento disponível em seu contexto social (Vygotsky 1987 in Oliveira, 2003)

2.4- Implicações Gerais da perspectiva de Vygotsky para a educação em Moçambique
Vygotsky (1987), “As escolas evoluíram durante muitos séculos, acompanhando as formas sociais a que serviram e os instrumentos de mediação que as tornaram possíveis”.
Esta história é inacreditavelmente diferente da situação de países menos desenvolvidos, nas quais a escolarização é uma forma alienígena, inserida no processo social e não tiveram escolha a não ser adoptar a escolarização formal (Moll, 1996: 108).
Para Vygotsky, as escolas deveriam ensinar aos estudantes a serem alfabetizados no sentido mais geral, isto é, a serem capazes de ler, escrever, falar, usar computadores, raciocinar e manipular símbolos e conceitos verbais com a presença de um facilitador.
Para o caso especifico de Moçambique, face as ideias de Vygotsky, podemos afirmar que existe uma perfeita e estreita relação naquilo que é educação hoje, no que concerne a aprendizagem centrada no estudante. Vejamos por exemplo: para Ngoenha (2000), “ A educação em Moçambique, é um projecto que precisa de ser repensado na sua globalidade e no quadro das condições concretas”.
Contudo, a educação não pode ser um objecto de estudo fechado nele mesmo. A educação inscreve-se nas realidades económicas e políticas que devem ser tomadas em consideração; o campo educativo, é pois, estruturalmente condicionado por estas dimensões que, sem a constituírem, a influenciam.
Segundo (M.Kilani, 1989:23 in Ngoenha, 2000) “os valores moçambicanos tendem a ocidentalizarem-se e a educação formal não escapa a esta tendência”.
É por essa razão que o governo através do programa Agenda 2025, na área da educação pretende consciencializar e implementar o novo currículo académico virado essencialmente para os desafios da integração regional e do processo de Bolonha, conforme o Plano Estratégico de Educação de 2000- 2010.

Assim, de acordo com Ngoenha (2000), “as reformas em curso que correspondem a transição de um sistema marxista a um sistema liberal”. Hoje assiste-se `a emergência ou a re- emergência do sector privado e de actores locais, preocupados em adequar a educação aos níveis imperativos políticos, económicos e sociais.
A educação deve dar-hes uma mestria enorme sobre o pólo da sociedade, sobre a história e sobre a cultura.
Moll (1996, p194), “considera o microensino como sendo um exemplo muito pertinente de um fio perdido, porque ele certamente parecerá um tema muito pouco plausível no âmbito das contribuições de Vygotsky a uma teoria unificada da educação para os países em via de desenvolvimento”.

2.5- O ensino centrado no Estudante e a sua relevância
O papel central de aprendizagem, na ideia de Vygotsky, tem particular relevância para a reflexão na área da educação. Os procedimentos regulares que ocorrem na escola, demonstrações, assistências, fornecem pistas e instruções que são fundamentais para a promoção de um ensino capaz de promover a aprendizagem.

A intervenção do professor tem, pois, um papel central na trajectória que passam na escola.

Para Oliveira (2003), “A escola é um lugar social, onde o contacto com o sistema da escrita e com a ciência, enquanto uma modalidade de construção de conhecimento se dá de forma sistemática e intensa, potencializando os efeitos dessas outras conquistas e culturas, sobre os modos de pensar”.A importância, actua dos outros membros de grupo social na mediação entre a cultura e o individuo, promoção dos processos inter psicológicos que serão posteriormente internalizados.
De acordo com Castorina (2003), “o aprendizado não tem instrumentos endógenos para percorrer, sozinho, o caminho de pleno desenvolvimento e aprendizagem, o mero contacto com os objectos de conhecimentos não garante a aprendizagem”.
A importância de actuação de outras pessoas no desenvolvimento individual é particularmente evidente em situação em que o aprendizado é resultado claramente desejável das interacções sociais. Na escola, portanto, onde o aprendizado e o próprio objecto de um processo pedagógico é privilegiado. (Lerner, 2003).



2.6- Conclusão
Após discussão e observação relacional entre a visão da teoria Sócio-histórica de Vygotsky, e o estágio actual da educação no Pais, face ao currículo em vigor.
Pode-se apresentar algumas conclusões a que o ensaio ou estudo conduziu. Assim em resposta a questão central de pesquisa:

Qual é o papel da interacção sócio- histórica para a educação em Moçambique?

Pode-se concluir que:
Se tomarmos como foco de nossas reflexões as implicações da escola de Vygotsky para a nossa educação, permite-nos resgatar um dos anseios, em afirmar que o individuo, aprende através de uma interacção social a partir de uma observação e contacto com as pessoas ou com objectos e que ao mesmo tempo na escola adquirir outro tipo de conhecimento científico que se vai unir com o primeiro já existente e autónomo para formar o mais complexo e generalizado. Refiro-me neste caso os conceitos.
Actualmente em Moçambique, o ensino está centrado no estudante, falo por exemplo dos estudantes do novo currículo, curso de Psicologia da Faculdade de Educação da Universidade Eduardo Mondlane, em que o professor serve como o mediador ou facilitador e o estudante é que centraliza / prepara o seu ensino-aprendizagem. Tomando em consideração o que o Vygotsky chamou de Níveis de Desenvolvimento, podemos concluir taxativamente que existe realmente o nível de desenvolvimento Real, onde encontramos o que traz consigo o estudante, o Nível de Desenvolvimento Potencial que é o facilitador, neste caso o professor e o Nível de Desenvolvimento Proximal onde opera a própria aprendizagem escolar.
Portanto, se a educação é uma influência premeditada, compreendê-la em sua totalidade e finalidade demanda, situar no âmbito das formas políticas e económicas pelas quais se reveste historicamente a organização social, podemos afirmar que Vygotsky, toda a sua produção esteve comprometida com a consolidação de uma ciência da educação ao serviço de pleno desenvolvimento dos indivíduos que já é uma realidade no País.




Referências Bibliográficas

PALANGANA, C.Isilda (2001). Desenvolvimento e aprendizagem em Piaget e Vygotsky; a relevância do social. 3.ed.- São Paulo: Summus.

NGOENHA, E.Severino (2000). Estatuto Axiológico da Educação em Moçambique. Maputo: Livraria Universitária.

CASTORINA, J.A, OLIVEIRA, Marta, LERNER, C.(2003). Piaget e Vygotsky. São Paulo. Editora Ática.

MOLL Luis.C (1996). Vygotsky e educação; implicações Pedagógicas da Psicologia. Trad. Fani .A. Tesseler: Porto Alegre. Editora Artes Médicas.

MENDONÇA, S. L (2006). Vygotsky e a Escola Actual: Fundamentos teóricos e implicações pedagógicas: São Paulo. Editora Junqueira & Marin.

UEM, MCT, MINED/ INDE (Plano Estratégico da Educação em Moçambique 2000-2010). Maputo.

Orientacao pessoal e social: Estudo do caso da Faculdade de Educacao

Por: Constancio Pereira Novinho Nhantumbo


1. Introdução:

O presente trabalho, insere-se no |ambito de actividades práticas de orientação profissional e Escolar, no que concerne ao curso de licenciatura em Psicologia.

Tem como finalidade ajudar os indivíduos a criarem o seu auto-estima e auto-imagem através da prática de orientação, para o seu bem- estar subjectivo.
Assim, actualmente com a mudança dos sistemas ou de modelos de gestão dos recursos humanos, acompanhados com a globalização, e a integração regional tornou-se uma actividade que suscita grande interesse por parte de todos os Gestores e Administradores das instituições como forma de garantir a competividade face as possíveis ameaças no mercado de trabalho, em virtude do aumento massivo da demanda dos serviços e bens que as mesmas oferecem ao mercado e aliada a concorrência.

Este trabalho acadêmico obedecerá a seguinte estrutura:
a) Introdução, em que é descrito e fundamentado o problema, os objectivos do estudo, justificação e as perguntas de pesquisa;

b) Revisão da literatura, onde são abordadas as diferentes teorias da Orientação Pessoal e Social;

c) Metodologia, a recolha de dados será feita com base na aplicação do questionário como instrumento de trabalho;

d) Apresentação e discussão dos resultados, onde são expostos os resultados cuja discussão é feita com base na comparação entre a análise documental e os aspectos relevantes obtidos pelos questionários e por último;

e) Conclusões do trabalho.
1.1.Definição do Problema:
Os desafios da Gestão de recursos humanos para o trabalho é um assunto que actualmente tem merecido atenção especial, facto aliado aos problemas de falta de orientação do pessoal que se pretende enquadrar nos diferentes sectores de trabalho. É frequente ver em uma organização pessoas que lutam com ânimo e vontade na realização das suas tarefas contribuindo positivamente para a materialização dos objectivos preconizados pela mesma.
A busca desse resultado dá origem ao comportamento acima referenciado, o de aceitar usar as suas energias e beber o sangue da organização nas suas veias e esforços e como consequência é o aumento da produtividade.
Nesse ponto de reflexão, o presente trabalho procura responder a seguinte questão:
Que estratégia de orientação pessoal e social pode constituir uma forma ou instrumento conducente ao desempenho das actividades nas organizações, especialmente na Faculdade de Educação da Universidade Eduardo Mondlane?



1.2. Objectivos:
I. Objectivo Geral:
Analisar até que medida a orientação pessoal e social na Faculdade de Educação pode contribuir para a melhoria da qualidade de serviços e de relacionamento entre o pessoal do CTA.


II. Objectivos Específicos:
 Identificar os principais factores geradores de mau relacionamento e stress no local de trabalho aos funcionários da faculdade de Educação da UEM;
 Analisar o grau de satisfação com o uso da orientação pessoal e social aos funcionários da Faculdade de Educação da UEM;
 Discutir o processo e o mecanismo de fazer com que os funcionários criem um auto-imagem e auto-estima nos seus locais de trabalho.


1.3. Hipóteses:
 O estado do stress nos funcionários da Faculdade de Educação da UEM é causado pela má relação interpessoal entre os mesmos.
 O estado do stress nos funcionários da Faculdade de Educação da UEM não é causado pela má relação interpessoal entre os mesmos.
 A não satisfação dos funcionários da Facudade de Educação nos seus locais de trabalho é influenciada pela falta de uma orientação pessoal e Social
 A baixa auto-estima dos funcionários da Faculdade de Educação é gerada pelo mau relacionamento entre eles.


1.4. Justificativa
O estudo justifica-se pela importância de travar os possíveis problemas ou crise de gestão de recursos humanos que poderá surgir com o défice de políticas ou estratégias impulsionadoras para a satisfação e bem- estar no serviço, causados pela falta de uma orientação pessoal e social. Este facto é por si suficiente justificação do actual estudo sobre o que estará por detrás do comportamento dos funcionários da FacEd, e como forma de combater o stress e o mau-estar.


1.5. Delimitação
Este trabalho faz uma análise qualitativa do processo de orientação pessoal e social aos membros do corpo Técnico Administrativo, da Faculdade de Educação da Universidade Eduardo Mondlane, a qual enquadra-se no modelo de socialização dos funcionários, para uma inovação e organização dos serviços em que todos têm um papel a desempenhar e se torna necessário um envolvimento geral, no esforço de garantir um melhor funcionamento institucional de modo a servir melhor o cidadão, através do bom relacionamento consigo e com outros.


1.6. Procedimentos metodológicos

Nesta pesquisa, são apresentadas as abordagens e procedimentos metodológicos que norteiam o trabalho.
Como conjunto de planos que lideram todo um processo de obtenção de dados, a metodologia de pesquisa comporta as seguintes secções: revisão da literatura atinente ao tema, o conceptual teórico; a recolha de dados, a apresentação e discussão dos resultados.

1.6.1 Para a pesquisa documental foi usado o método de pesquisa bibliográfica. Gil (1999) define pesquisa bibliográfica como uma pesquisa de fontes secundárias que” … abrange a bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses…”, em relação aos livros, a selecção das obras foi realizada considerando a disponibilidade local, e em relação à fontes periódicas na sua maioria fontes electrónicas, prestando maior atenção à qualidade do conteúdo científico e sua relevância para o tema.


1.6.2. Para a recolha e análise dos dados, vai se aplicar, o questionário, entrevista semi-estruturada a três grupos alvos nomeadamente: Técnicos Administrativos, Assistentes Técnicos e o pessoal de apoio. Por ser do tipo semi-estruturada, a entrevista baseiou-se em perguntas relativamente abertas que servem de guia, mas não precisam seguir a ordem previamente determinada. As questões são elaboradas à luz da teoria existente e de forma compreensível ao entrevistado.

1.6.3. População e amostra

A população alvo desta pesquisa é composta por funcionários do Corpo Técnico Administrativo (CTA), da Faculdade de Educação da UEM. Trata-se de um universo total de 15 elementos.

A amostra a ser seleccionada vai ser de (07) sete pessoas das quais a Chefe de repartição, 03 (três) funcionários do quadro de pessoal da UEM e 03 (três) funcionários do apoio geral, sob o regime de contacto.
A escolha será feita aleatoriamente de forma a obter de forma acessível informação prática e fiável. Como sugere Gil (1999), isto permitirá ao pesquisador selecionar membros da população de forma mais acessível.
O objectivo do levantamento de dados foi o de verificar se a orientação pessoal e social aumenta qualidade dos serviços e bom relacionamento entre os membros participantes da organização.



1.6.4 - Cronograma
Este trabalho teve o inicio desde o primeiro dia de aulas no que concerne ao segundo semestre e terá uma duração de quase quatro meses, a ser entregue equivalendo o exame final da cadeira de Psicologia de Orientação Profissional, eis a seguir a discriminação do cronograma, ilucidando o período e as respectivas actividades.


Discriminação de Cronograma

Actividades Descrição do período
1) Revisão bibliográfica Agosto Setembro Outubro Novembro
2) Discussão teórica em função da determinação dos objetivos
3) Localização e identificação das fontes de obtenção dos dados ou documentos X X
4) Determinação de categorias para tratamento dos dados documentais X
5) Análise e interpretação
6) Redação do trabalho de pesquisa X
7) Revisão da redação X
8) Divulgação dos resultados ou entrega aos docentes de Psicologia de Orientação Profissional X



1.7. Resultados esperados
O presente trabalho é de grande interesse para os psicólogos de orientação profissional, Gestores e Administradores de instituições de trabalho, Estudantes, Docentes, Corpo Técnico Administrativo, (CTA), etc, os quais têm vindo a desempenhar uma função primordial no destino das organizações, bem como os Governantes e familiares dos funcionários que directa ou indirectamente são afectados pelos comportamentos dos seus membros.


Tais mudanças que exigem de todos nós os intervenientes neste processo conhecimentos mais renovados de forma a tornar- nos mais facilitadores, através de uma ajuda aos nossos colaboradores, para saberem como socializarem-se com os outros, bem como entender-se antes para depois relacionar-se com os terceiros.

Por isso esperamos deste trabalho uma grande valia na implementação de orientação pessoal e social aos membros do CTA, para o seu bem-estar social e subjectivo.



1.8. Referências Bibliográficas

GIL, A. (1995). Métodos e técnicas de Pesquisa Social. 4ª edição. São Paulo, Atlas.
KRAWULSKI, Edite(1998) – A Orientação profissional e o Significado do Trabalho.
Edição Revista. São Paulo, Editora Abob.

LISBOA, Marilu (2007). Curso de Formação em Orientação Profissional: Empregabilidade. Brasília, Editora Mc Graw Hill.

MINARELLI, J.A.(1995). Empregabilidade: Como ter trabalho e remuneração sempre.15.ed.São Paulo, Gente.

SARRIERA, Jorge Castella. org (2004). Desafios do Mundo do Trabalho: Orientação, inserção e mudanças. Porto Alegre, Edi PUC RS.




























ANEXOS















UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA E CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

Caro colega do CTA da FacED

Este instrumento faz parte de uma pesquisa académica da cadeira de Psicologia de Orientação Profissional do curso de Licenciatura em Psicologia, vertente Social e das Organizações da Faculdade de Educação/UEM, que tem por objectivo identificar a influência da orientação pessoal e social na satisfação e na motivação dos funcionários do CTA.
Para atingir este objectivo, solicita-se a sua participação, respondendo as questões deste questionário, de forma mais sincera possível, visto que suas respostas são de carácter confidencial e serão utilizadas, apenas, para fins acadêmicos, e as respostas são do tipo concordo, não concordo, não concordo nem discordo, isto é na primeira parte. Na segunda parte tem a ver com a escolha de preferência, mas importa realçar a importância de preencher alguns requisitos importantes para a identificação do funcionário.
Assim sendo, marque um “X” na resposta que melhor expresse sua opinião com relação aos factores mais importantes para a sua vida profissional.

Identificação do funcionário
1. Sexo:
( ) Masculino
( ) Feminino

2. Idade:
( ) 16 a 18 anos
( ) 19 a 25 anos
( ) 26 a 35 anos
( ) Acima de 35 anos



2. Estado Civil:
( ) Solteiro
( ) Casado
( ) Viúvo (a)

4. Escolaridade (Assinale o último nível concluído):
( ) ensino primário
( ) ensino básico
( ) ensino médio
( ) ensino superior
( ) Pós-graduação

5. Tempo de Serviço (em anos completos):
( ) 1 ano
( ) 2 a 5 anos
( ) Acima de 5 anos

1. Exerce função de chefia
( ) Sim
( ) Não


I. Parte
2. Você acha que o seu salário influencia no seu comprometimento profissional?
( ) Concordo totalmente
( ) Concordo parcialmente
( ) Não concordo nem discordo
( ) Discordo parcialmente
( ) Discordo totalmente
3. Você acha que o estado do stress e baixa auto- estima dos funcionários da Faculdade de Educação é causada pela falta de uma orientação pessoal e social dos membros?
( ) Concordo totalmente
( ) Concordo parcialmente
( ) Não concordo nem discordo
( ) Discordo parcialmente


4. Seu ambiente de trabalho (relacionamento da equipe, acesso a bons equipamentos e tecnologia) é o principal motivo para a sua satisfação profissional ?
( ) Concordo totalmente
( ) Concordo parcialmente
( ) Não concordo nem discordo
( ) Discordo parcialmente
( ) Discordo totalmente


5. A forma em que se relaciona com os outros colegas dentro da instituição acha que influencia de alguma ponto no desempenho das suas funções como profissional?
( ) Concordo totalmente
( ) Concordo parcialmente
( ) Não concordo nem discordo
( ) Discordo parcialmente
( ) Discordo totalmente


6. Você acha que quando tem problemas de casa influenciam no seu trabalho no serviço ou com os colegas?
( ) Concordo totalmente
( ) Concordo parcialmente
( ) Não concordo nem discordo
( ) Discordo parcialmente
( ) Discordo totalmente



7. Nos dias em que se aborrece no seu relacionamento fora de serviço (em casa, na rua ou no chapa), acha que influencia no seu bem-estar no local de trabalho?
( ) Concordo totalmente
( ) Concordo parcialmente
( ) Não concordo nem discordo
( ) Discordo parcialmente
( ) Discordo totalmente



II. Parte
8. Enumere do 1º ao 4º lugar segundo o grau de importância, isto é de maior para baixa importância os factores abaixo que te fazem sentir feliz mesmo consigo e com seus colegas na sua vida profissional.
( ) salário
( ) condições de trabalho
( ) Bom relacionamento consigo e com sua família
( ) Bom relacionmento com os outros colegas do serviço


UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA E CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO



Guião de entrevista semi-estruturada

Introdução
O presente guião destina-se aos funcionários da Faculdade de Educação quer do quadro e os que estã a trabalhar sob o regime de contratos. O objectivo deste é a recolha de informações, opiniões em relação á qualidade de relacionamento entre eles, e com os outros.
A pesquisa deste trabalho enquadra-se em “uma análise do contributo da orientação pessoal e ssocial para o aumento da qualidade de serviços na mesma Faculdade.
A entrevista desenvolver-se-á em torno das razões da adopção da orientação profissional (pessoal e social), objectivos, avaliação dos resultados, sem descurar a possibilidade de desenvolver outra pergunta durante a entrevista.


Caracterização da empresa
1. Nome
2. Localização
3. Dimensões
4. Nº de funcionários do Quadro e contratados
5. Características (missão, valores, princípios e desafios)

Dados importantes a serem levantados sobre o entrevistado
1. Identificação
2. Formação
3. Cargo
4. Tempo que ocupa o cargo actual
5. Responsabilidades
6. Autonomia para tomar decisões

Sobre a Orientação Pessoal e Social

1. Qual é ideia que tem sobre a orientação profissional?
2. Como é que avalia o processo de oreintação para os funcionários poder saber se relacionar com os outros ou consigo mesmo?
3. Quais são as formas possíveis de criarem maior satisfação dentro da Faculdade de Educação?
4. O que é sugeria que fosse feito para criar ou elevar o auto -estima da Faculdade de Educação?
5. Porque é que os funcionários da Faculdade de Educação não se identificam como membros integrantes fora da organização?
6. O que é que se deve fazer para que o CTA, tinha as cores da Faculdade nas suas veias? Ou se identifica com ela?

















Guião de entrevista aos funcionários do quadro da UEM

1. Identificação
2. Cargo actual
3. Sector
4. Há quanto tempo é funcionário na UEM, especialmente na Faculdade de Educação?
5. Como avalia a relação entre os outros colegas e consigo mesmo?
6. Se alguma vez já ouviu falar de orientação profissional?
7. Esta satisfeito com o ambiente e com os serviços prestados
8. Como são as relações de trabalho como os funcionários contratados?




















Guião de entrevista aos funcionários sob o regime de Contracto


1. Identificação
2. A que departamento ou sector esta afecto?
3. A quanto tempo trabalha como contractado?
4. Como caracteriza a relação com os funcionários do quadro?
5. Conhece os objectivos da empresa onde trabalha? Identifica-se com estes objectivos?
6. Quando começou a trabalhar na empresa contratante?
7. O que é a orientação profissional? Se já ouviu falar?
8. O que acha sobre a orientação pessoal e social?
9. Qual tem sido o seu empenho na realização das suas actividades?
10. Como é avaliado o serviço prestado pela sua empresa ou Faculdade?
11. Quais são as dificuldades e/ou facilidades que percebes por ser um contractado dentro da Faculdade?
12. Satisfação com o ambiente de trabalho?







Muito obrigado pela sua colaboração!

Laudo Psicologico: Caso polana Canico

Por: Constancio Pereira Novinho Nhantumbo


1. Identificação

Nome: Almiro Augusto Baloi
Data de Nascimento: 24 de Junho de 1974 Idade: 34 anos Estado Civil: Casado
Natural: de Gaza Escolaridade: 9º ano do antigo Sistema de Educação
Profissão: Desempregado

Filiação:
Pai: Augusto António Baloi

Mãe: Joana Maria Cossa

Autor Responsável: Constâncio Nhantumbo Finalidade: Diagnóstico Psicológico

2. Descrição da Procura
Em virtude, de vários problemas sociais, aliados a situação do desemprego, falta de apoio pela comunidade e familiares, incapacidade de sustentar os seus dois filhos e esposa e outros o que concorrem para o desejo de suicídio, aumento da depressão, baixa auto-estima, auto exclusão social, factos motivados pela privatização da empresa Cowbell, vocacionada na produção do leite fresco, o senhor Almiro Augusto Baloi de 34 anos de idade, casado e pai de 2 filhos. De nacionalidade Moçambicana residente no bairro Polana Caniço “A”, quarteirão 48 uma zona da periferia da cidade de Maputo capital de Moçambique, encontrando-se até ao ano dois mil e dois a trabalhar na empresa referida , a Sua vida começa a mudar quando a empresa onde trabalhava foi privatizada e posteriormente encerrada mudando o tipo de serviço que prestava e antes Paulatinamente foram-se introduzidas novas tecnologias de ponta na empresa o que fez com que um número considerável de trabalhadores foi despedido, recebendo uma insignificante indemnização. Sua vida jamais foi a mesma. sentia-se desesperado, sem futuro e sem esperança de encontrar outro emprego. Passou a depender dos negócios que a mulher fazia para garantir a alimentação para a família e a escolarização dos seus filhos.

E o senhor Almiro Augusto Baloi não desistiu de procurar emprego noutras empresas, porque não tinha uma formação académica sólida que lhe permitia ter um emprego condigno, passou a desenvolver uma crise de depressão caracterizado por: por um estado reduzido do funcionamento psicológico e físico frequentemente associado com sentimento de infelicidade, perda de interesse, e inabilidade para usufruir qualquer experiência, tristeza, perda do apetite, distúrbios do sono, em especial logo no inicio da manhã, passividade de pensamento ou intenções suicidas, uma baixa auto-estima avaliação negativa pessoal que um individuo faz de si mesmo, o senso de seu próprio valor ou competência.


Este cenário durou três anos até que em dois mil e cinco, era um viciado crónico de bebidas alcoólica tradicionais contraindo avultadas dívidas que não conseguia pagar. Meses depois escreveu uma carta onde refira a si próprio como um indivíduo sem valor e que tinha uma vontade de desaparecer porque a vida foi injusta com ele, e que não havia emprego para ele, achava melhor coisa a fazer deixar de dar trabalho a família, pós o mesmo constituía um encargo para a família, tentando se suicidar, e a comunidade interviu no local tendo se evitado o fenómeno.


3. Métodos e Técnicas
Durante o primeiro encontro o senhor Almiro Augusto Baloi, demonstrou uma escessiva recusa de compartilhar com a ajuda, tinha uma estado elevado de sentimento de inferioridade, pensamento auto destruitivo (suicídio) e ansiedade profunda. Com as sessões seguintes fomos criando uma empatia conjunta, começou a colaborar na entrevista e não foi aplicado nenhum teste, mas ele apresentou bastante desinteresse pela sua vida e era um indivíduo que bebe muito.

4. Conclusão
Após a fase da annaminése, análise de dados no psicodiagnóstico, não se verificou nenhum transtorno ligado ao alcoolismo, como ele demonstrava um certo interesse pela bebida, isto é, os critérios referidos no DSM –IV- TR não apontam, mas sim indícios gerados pela falta de emprego, ou de ordem económica, que agitava o socialmente, onde o mesmo apresenta distúrbios Compulsivo Obssessivo, e sente-se inútil, sujo, sem desejo com a sua vida e com os outros e desconfiante. É de referir que não foi feito nem encaminhamento para o tratamento psicoterapêutico.

O capitalismo como o factor que influencia no suicidio na Visao de Marx e E. Durkheim

Por: Constancio Pereira Novinho Nhantumbo


1. Introdução

O presente trabalho está inserido no âmbito da cadeira de psicologia comunitária, leccionada para o curso de licenciatura em psicologia, vertente Social e das Organizações, da Universidade Eduardo Mondlane, com objectivo de fazer uma análise sociológica e procurar debater a questão tendo como parâmetro os conceitos adoptados por um ou mais autores discutidos no programa da disciplina.
Para que este trabalho se torne pertinente, falar-se-à de como variáveis económicas influenciam as taxas de suicídios na perspectiva de Durkheim e Marx.
Este trabalho, visa explicar o suicídio enquanto fenómeno social, intemporal e universal. Para isso se demonstrará que este acto individual pode ser analisado a partir do contexto colectivo, através da análise sociológica durkhiemiana.
Tentarei ainda demonstrar quais as causas de mau estar geral que se faziam sentir na época, e que revelavam assim uma ruptura clara de laços sociais, ruptura a qual Durkheim queria dar resposta para poder constatar quais eram os laços que uniam os indivíduos entre si.
Assim, abordarei ainda temas influentes como a religião, a ordem social, a família e a moral, a fim de poder depreender o que leva o indivíduo a cometer tal injúria sobre si próprio.
Terei também em conta os três tipos de suicídio, utilizados por Durkheim para uma melhor caracterização dos mesmos, falo assim do Suicídio Egoísta que se caracteriza por um estado de apatia e ausência de qualquer apego a vida, do Suicídio Altruísta ligado a energia e a paixão e, por fim, o Suicídio Anómico caracterizado por um estado de irritação e repulsa.
Farei também, uma breve referência ao homicídio e o que leva os indivíduos a sacrificarem-se a si próprios ou aos outros.
Nesta pesquisa, como resultado espero que a comunidade encare necessáriamente daquilo que são os problemas causados pelo este mau, ligados directamente aos problemas do capitalismo como elemento primordial no estabelecimento de insatisfação e conflitos na sociedade o que leva as pessoas a se suicidarem.

O trabalho encontra-se divido, em quatro partes: a introdução, fundamentação teórica, apresentação de casos visto na comunidade concreta moçambicana e por último, a conclusão.
O trabalho se baseará na seguinte estrutura:

 Problema cientifico
O problema que se pretende pesquisar é o considerável o incremento de casos de suicídio na cidade de Maputo.

 Objectivo geral
Compreender as causas que levam muitas pessoas a suicidarem-se na sociedade, especificamente moçambicana

 Objectivos específicos
1- Identificar autores clássicos que abordam a questão do suicídio no âmbito sociológico;
2- Identificar um caso na comunidade em que ocorre o suicídio segundo Durkheim
3- Descrever as características do sistema capitalista segundo Karl Marx;
Fazer uma análise sociológica dos factos sociais.

 Hipótese conceptual
O capitalismo acompanhado por grande desenvolvimento tecnológico influencia no aumento da taxa de suicídio.
O capitalismo acompanhado por grande desenvolvimento tecnólogico não influencia no aumento da taxa de suicídio.


 Conceito básicos
• Suicídio.
• Capitalismo.
 Metodologia
Revisão bibliográfica de modo colher informação de acordo com vários autores acerca do suicídio e do capitalismo num âmbito sociológico.

Justificativa

A razão da escolha deste tema, insere-se no facto dos órgãos de informação, (radio, televisão, Internet) assim como o desespero de muitas famílias que ficam em estado de choque e frustração devido ao suicídio.
O que leva uma pessoa a acabar com sua vida de forma tão brutal?
A verdade é que o suicídio é um acto que muitas vezes tem o objectivo de gerar um reconhecimento social pelo suicidado, através do choque que gera nas pessoas presentes em sua vida, directa ou indirectamente estão ligadas por grau ou laço de parentesco.
Por ser um problema que enferma a sociedade urge fazer-se uma análise aprofundada deste fenómeno social que constitui até certa medida um desvio da normalidade.
Verifica-se um assédio ou violência moral, muita das vezes provocado pela globalização que advém dos grandes avanços tecnológicos e consequentemente do sistema capitalista que muitos países adoptaram, daí a motivação para se abordar este tema de interesse social.

A relevância do tema para a sociedade Moçambicana
Este tema constitui um instrumento forte para a sociedade moçambicana, refere-se exactamente aos agentes da saứde, da policia de investigação criminal, a própria comunidade moçambicana (família, igreja e outros), que tem se empenhado na luta contra esse mal que enferma a sociedade no geral.
Assim, como forma de travar os índices de indivíduos que optam por tirar as suas próprias vidas com o recurso a várias formas em virtude de estarem atingir proporções alarmantes, surge no entanto uma atenção primordial naquilo que o tema traz como subsídio para por fim ao trama que a sociedade moçambicana tem vivido, quando os mídias noticiam diariamente os casos ligados a práctica de suicídio na comunidade.
Como o suicídio, não só afecta ao indivíduo practicante mas também a família e a comunidade que fica chocada com o sucedido, por isso acho ser exactamente ai onde reside a relevância do mesmo para a comunidade moçambicana.



CAPITULO I. PRESSUPOSTOS DURKHEMIANOS

O conhecimento do pensamento de Émile Durkheim como qualquer grande autor de sociologia exige a compreensão dos pressupostos em assentar a sua abordagem.

I. 1. Vida e obra de Durkheim
Émile Durkheim nasceu numa família judaica, em 1858,e morreu em 1917, Arom (1991) citado por Giddens (2004) era filósofo de formação inicial, tendo frequentado a escola mais prestigiado do ensino universitário francesa escola normal supércure, Esta formação de base vai ajudar a perceber que ao fundar a sociologia como novo campo de saber universitário vai se afirmar por um lado contra a filosofia por outro, contra a psicologia, uma vez que eram parentes próximo corriam perigo de ser confundidos, antes da fundação do primeiro laboratório de Psicologia em Lipzing na Alemanha em 1879.
Em 1880 é nomeado professor de pedagogia e de ciências sociais na faculdade de letras na universidade de Bordeus, no primeiro curso de sociologia criado em universidades francesas.

I.2.Especidades dos pressupostos sociológicos
Para Durkheim a sociologia constitui uma ciência positiva, pois aborda os factos sociais como coisas ou seja inspiração no paradigma das ciências da natureza para explicar ao factos sociais dai define o método experimentação indirecta ou seja o método de comparativo.



• Normalidade
OMS (1997) a normalidade é entendida como sua generalidade, um fenómeno social é normal quando é encontravel de maneira geral numa sociedade de um certo tipo em determinada fase de desenvolvimento.

Como é que se constituem os indivíduos? E como se explica a integração entre eles?

Aron (2001) Apresenta um ponto de vista semelhante em relação a concepção de problemas na perspectiva durkheimiana, afirmando que: os problemas sociais não são de ordem económica é sim problema de consenso, isto é sentimentos partilhados pelos indivíduos graças as quais os conflitos são resolvidos ou atenuados.
Em suma a vida na sociedade é possível porque há níveis aceitáveis de consenso partilhados pelos seus membros, quando o povo participa na tomada de decisões porque de uma maneira geral assume como elemento integrante.

• Regulação da sociedade
Para Durkheim (1960: 194) citado em Aron (2001), a instância que regula a sociedade é a ordem moral que toma forma de norma moral.
Mostra-se que esta norma tem função de evitar o desmoronamento da consciência comum e por consequência a solidariedade social e que não pode desempenhar esta função na condição de ter um carácter normal. Durkheim acusa a existência em cada individuo de duas consciências, a individual e a colectiva.
Pode-se entender desta forma que a ordem moral é de extrema importante na medida em que serve para manter a coesão social do grupo.


I.3.Primado da sociedade sobre o indivíduo

A noção de sociedade é apresentada como uma grande entidade que ultrapassa o individuo. A perspectiva de Durkheim sobre a sociedade e os factos sociais é uma perspectiva holística, no sentido em que apenas consideram pertinentes as partes do todo sendo irrelevante considerar as partes.

I.4. Durkheim e a Educação
A educação é um assunto eminentemente social, tanto pelas suas origens como pelas suas funções. (Durkheim 183: 60)
A sociedade só sobrevive se existir entre os seus membros um grau superior de homens.

1.4.1. Breve tentativa de definição do fenómeno suicídio .
Suicídio, do latim sui (próprio) e caedere (matar), é o acto intencional de matar a si mesmo. Sua causa mais comum é um transtorno mental que pode incluir depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, alcoolismo e abuso de drogas, dificuldades financeiras e/ou emocionais também desempenham um factor significativo.
Mais de um milhão de pessoas cometem suicídio a cada ano, tornando-se estaa décima causa de morte no mundo, trata-se de uma das principais causas de morte entre adolescentes e adultos com menos de 35 anos de idade. Entretanto, há uma estimativa de 10 a 20 milhões de tentativas de suicídios não-fatais a cada ano em todo o mundo.
As interpretações acerca do suicídio tem sido vistas pela ampla vista cultural em temas existenciais como religião, filosofia, psicologia, honra e o sentido da vida.
O suicídio é a grande questão filosófica de nosso tempo, decidir se a vida merece ou não ser vivida é responder a uma pergunta fundamental da filosofia." As religiões abraâmicas, por exemplo, consideram o suicídio uma ofensa contra Deus devido à crença religiosa na santidade de vida.
No Ocidente, foi muitas vezes considerado como um crime grave. Por outro lado, durante a era dos samurais no Japão, o seppuku era respeitado como uma forma de expiação do fracasso ou como uma forma de protesto. No século XX, o suicídio sob a forma de autoimolação tem sido usado como uma forma de protestar, enquanto que na forma de kamikaze e de atentados suicidas como uma táctica militar ou terrorista.
O Sati é uma prática funerária hindu no qual a viúva se auto-imola na pira funerária do marido, quer voluntariamente ou por pressão da famílias e/ou das leis do país.
O suicídio medicamente assistido (Eutanásia, ou o "direito de morrer") é uma questão ética atualmente muito controversa que envolve um determinado paciente que esteja com uma doença terminal, ou em dor extrema, que tenha uma qualidade de vida muito mínina através de sua lesão ou doença. Para alguns, o auto sacrifício geralmente não é considerado suicídio, uma vez que o objetivo não é matar a si mesmo mas salvar outrem.

I.5. Suicídio na visão do Durkheim
Para perceber o suicídio na perspectiva durkhiemiana teremos de nos abstrair de todas as ideias preconcebidas que por vezes absorvemos do senso comum. É imperativo referir que esta forma de acabar com a própria vida não é explicada apenas por factores interiores ao indivíduo (como a loucura), mas também, e principalmente segundo Durkheim, por factores exteriores ao indivíduo (a sociedade na qual se insere).
O suicídio é, antes de mais, um indicador do estado moral da sociedade, que embora seja sublime e subjectivo, mostra-nos que forças de acção individuais e colectivas actuam em sociedade e em que grupos predominam. O meio social determina, portanto, as características, os valores e normas sociais, que embora sejam comuns numa sociedade, ganham maior ou menor adesão em cada grupo social. Só assim se explica o maior ou menor interesse do indivíduo pela vida, que numa etapa mais aguda pode ser uma das causas ocasionais do suicídio. Conquanto todos os ideais, crenças, hábitos e tendências comuns que constituem o meio social são independentes entre si, no entanto propendem para diferentes graus de coesão social e consequentemente para uma diferente tendência colectiva do suicídio.
Segundo Durkheim, só pode haver tipos diferentes de suicídios se as causas a que estão ligadas sejam diferentes, ou seja, para que cada uma tenha uma natureza própria, é necessário que tenha também, condições de existência que lhe seja específica. “ Em resumo, a nossa classificação, em vez de morfológica, será, logo à primeira vista, etiológica. Não se trata, aliás, de uma inferioridade, pois penetra-se muito mais na natureza de um fenómeno quando se conhece a causa do que quando se conhece unicamente as características, mesmo essenciais.”(Durkheim,pag.145).

Durkheim demonstra que o suicídio varia inversamente ao grau de integração do grupo social do qual o individuo faz parte com algumas excepções por ele apontadas.
A lei de suicídio é do Durkheim é considerada uma lei sociológica em virtude de as variáveis de estarem relacionadas a um fenómeno social: A taxa de suicídio, representa um traço característico de um grupo, e do grau de coesão que para além de ser um traço do grupo aparece também como traço deste indivíduo.

I.5.1. A familia e a religião como factores moderadores
Segundo Durkeim (2001), A família é também um assunto abordado por Durkheim, tendo a mesma, segundo o autor, uma função moderadora no que diz respeito ao suicídio. Para melhor compreender este ponto é necessário explicitar a questão das idades, ou seja, o maior número de suicídios ocorre entre os vinte e os trinta anos, segundo o autor, é neste período de tempo, que se possui uma menor força moral, pois esta entregue a si próprio, enquanto que no seio familiar o individuo esta sujeito a força benéfica que esta exerce sobre o mesmo.
No que concerne ao homicídio, um termo que o autor usa como comparação, a família não tem um poder de persuasão tão elevado como deveria ter, o que por vezes leva a que exista um maior número de homicídios dentro da mesma. Com isto poderia dizer que, não é o facto de se estar casado mas sim de se ser mais velho, logo nestes casos de “vida doméstica” pode se suscitar um número mais elevado de homicídios, pois a força moral exercida pela família sobre os membros que a compõem é bastante elevada, esta deveria afasta-los do homicídio, mas por vezes, se não na sua maioria é a causa para que o mesmo decorra.

 A religião
A religião desempenha um papel primordial na descodificação de símbolos para a tomada de consciência da sociedade, pois enquanto elemento agregador de todas as naturezas individuais, a sociedade produz diversos estados mentais dentro das consciências colectivas.
Esta diversidade do social não é apenas única no campo da religião, onde encontramos diferentes tipos de indivíduos com vista ao mesmo fim, é também partilhada nas modas, na moral, isto é, em todas as formas de vida colectiva. Numa perspectiva weberiana no que concerne às seitas religiosas, teria de existir uma uniformidade geral de princípios para delas os indivíduos fazerem parte, teriam de responder a um certo número de exigências, principalmente no campo moral e religioso e uma garantia ética no que respeita ao ascetismo protestante.
A sociedade necessita também de outros elementos para a sua subsistência, para além dos indivíduos. Entramos, portanto na materialização da sociedade, pois a vida social cristaliza-se nos em suportes materiais, e os factos sociais começam a agir sobre nós a partir do exterior. A sociedade caminhará para a produção de uma consciência colectiva que dará precedência ao interesse comum, em detrimento do particular (os prescritores de novas tendências), “Portanto, a corrente colectiva é quase exclusivamente exterior às consciências particulares (…), (Durkheim, pág.337).
Durkheim compara a consciência colectiva com Deus, dado que se o homem tenta imitar o seu criador, esta reprodução é feita de modo fraudulento e descurado, logo a consciência individual é uma imagem “pálida” da consciência colectiva.
Entre estes dois termos, suicídio e homicídio, existem segundo ao autor, alguns pontos comuns mas também contraditórios. Assim, para que exista uma melhor percepção e harmonização entre os mesmos o autor recorreu aos três tipos de suicídio.


1.5.2. Os três tipos de sicídio segundo Emile Durkheim
O suicídio egoísta, é aquele que se encontra com uma maior frequência, este tipo de suicídio é “ (…) caracterizado por um estado de depressão e de apatia, fruto de um individualismo exagerado.” (Durkheim, pág.381).
Neste tipo de suicídio o indivíduo, deixa de ter uma ligação tão forte com a sociedade, pois a vida que o individuo gostaria de ter já não corresponde a realidade existente, este pensa ser superior a mesma, pois para ele o que a sociedade lhe oferece já não o satisfaz, fazendo assim com que o individuo viva “ (….) no meio do tédio e do aborrecimento (….) ” (Durkheim, pág.381).
O suicídio egoísta é, o estado em que o Eu individual se afirma desmesuradamente diante do Eu social, isto sucede pois tal acto é tolerado pelo Eu social, permitindo assim que a afirmação do Eu individual prevaleça, resultando assim, numa individualização desmedida.
No fundo isto acaba por ser uma contradição, pois o indivíduo deveria sentir-se realizado consigo mesmo, por se sentir superior, digamos assim, a sociedade a que pertence, mas em vez deste sentimento de auto realização acontece o oposto, ou seja,”(… )o vinculo que liga o homem à vida se distende, é porque o vínculo que o liga à sociedade também se distendeu.” , acabando assim por levar o individuo ao suicídio.
A situação torna se diferente quando falamos de homicídio, este, segundo o autor é um acto violento, o homicida não se sente a altura da sociedade onde habita tendo por isso a necessidade, de eliminar o indivíduo que este pensa estar acima dele.
 Suicídio altruista
No suicídio altruísta o suicídio e homicídio, como é mencionado pelo autor ” (…) podem perfeitamente caminhar lado a lado, porque dependem de condições que diferem por uma questão de grau (…) ” (Durkheim, pág.382) este tipo de suicídio é caracterizado por uma integração social desmedidamente forte, pois o individuo pode suicidar se por estar desinstitucionalizado da sociedade que o acolhe mas também pode faze-lo caso esteja demasiado integrado nela.
Este tipo de suicídio é característico, segundo o autor, das sociedades primitivas onde o individualismo é muito fraco, mas subsiste ainda nas sociedades modernas, como por exemplo na sociedade militar, onde a número de suicídios é mais elevado devido a pressão hierárquica que se impõe fortemente ao indivíduo.
Por fim, mas não menos importante, o suicídio anómico, ao qual o autor concede uma maior importância, corresponde no fundo a uma falta de regulação social opondo se assim ao suicídio altruísta que se caracteriza por uma regulação social excessiva como tínhamos visto anteriormente.


 Suicídio anómico
No suicídio anómico também existe a possibilidade de uma ligação entre suicídio e homicídio pois como diz o autor, ” (…) a anomia provoca um estado de desespero e de cansaço exasperado que pode (…) virar-se contra o próprio individuo ou contra outrem (…)” (Durkheim, pág.383) logo pode levar tanto ao suicídio como ao homicídio, o que difere entre eles é a “ (…) constituição moral (…)” (Durkheim, pág.383) que cada individuo possui.
O suicídio anómico é o tipo de suicídio que ocorre com uma maior frequência nas sociedades modernas. Este esta estreitamente ligado a um grande desenvolvimento, principalmente na área industrial e comercial onde este tipo de suicídio ocorrer com uma maior frequência.
Durkheim considera ainda que, este tipo de suicídio é particularmente preocupante nas sociedades modernas, visto que esta estreitamente ligado à falta de controlo que existe nas sociedades e que estas exercem sobre o individuo.”Nestas sociedades, a existência social não é regulada pelo costume; os indivíduos estão em competição permanente uns com os outros; esperam muito da existência e exigem muito dela, e encontram-se perpetuamente rondados pelo sofrimento que nasce da desproporção entre as suas aspirações e as suas satisfações.”(Raymond Aron, pag.331)

I.5.2.Motivos de Suicídio
Segundo Davidoff ( 2001), São vários os motivos que levam os indivíduos a optarem pelo suicídio, a saber:

Suicídio Escapista ­motivado pelo desejo de fugir de uma situação “intolerável”, podem ser mais comuns em países do ocidente.
Os escapistas provavelmente experimentam uma perda substemivel, sentem-se deprimidos, culpados, ansiosos imprestáveis, vê o futuro sem esperança.

Suicídio Agressivo ­ São motivados por vinganças. Provocar remorsos nos outros ou implicar outros na morte.

Suicídio Objectivo – Há auto sacrifício ou transfiguração. As pessoas sacrificam suas próprias vidas por uma causa mais elevada, como uma ideia religiosa, honra ou patriotismo ou procura uma vida mais elevada.

Suicídio Básico – Os suicídios ocorrem no contexto de um jogo ou teste em que o risco de vida é somente para demonstrar ousadia.

Condições psicossociais que podem predispor o suicídio
• Isolamento social e solidão ­ à medida que, o divórcio, a separação, tornam-se comuns e os membros da família perseguem cada vez o seu desenvolvimento pessoal, mais indivíduos experimentam a solidão e insegurança.
• Stress ­o desemprego e dificuldades económicas, descriminações.

II. CAPITALISMO E SISTEMAS CAPITALISTAS
II.1. Vida e obra de Karl Marx
Economista, filósofo e socialista alemão, Karl Marx nasceu em Trier em 5 de Maio de 1818 e morreu em Londres a 14 de Março de 1883. Estudou na universidade de Berlim, principalmente a filosofia hegeliana, e formou-se em Iena, em 1841, com a tese Sobre as diferenças da filosofia da natureza de Demócrito e de Epicuro. Em 1842 assumiu a chefia da redacção do Jornal Renano em Colónia, onde seus artigos radical-democratas irritaram as autoridades. Em 1843, mudou-se para Paris, editando em 1844 o primeiro volume dos Anais Germânico-Franceses, órgão principal dos hegelianos da esquerda. Entretanto, rompeu logo com os líderes deste movimento, Bruno Bauer e Ruge.

II. 2. Materialismo Dialéctico
Baseado em Demócrito e Epicuro sobre o materialismo e em Heráclito sobre a dialéctica (do grego, dois logos, duas opiniões divergentes), Marx defende o materialismo dialético, tentando superar o pensamento de Hegel e Feuerbach.
Marx considerava historicamente como contradição de classes vinculada a certo tipo de organização social. Marx apresentava uma filosofia revolucionária que procurava demonstrar as contradições internas da sociedade de classes e as exigências de superação.
Revoluções quantitativas; a contradição é interna, mas os contrários se unem num momento posterior: a luta dos contrários é o motor do pensamento e da realidade; a materialidade do mundo; a anterioridade da matéria em relação à consciência; a vida espiritual da sociedade como reflexo da vida material.
 A luta de classes
Pretendendo caracterizar não apenas uma visão económica da história, mas também uma visão histórica da economia, a teoria marxista também procura explicar a evolução das relações económicas nas sociedades humanas ao longo do processo histórico. Haveria, segundo a concepção marxista, uma permanente dialéctica das forças entre poderosos e fracos, opressores e oprimidos, a história da humanidade seria constituída por uma permanente luta de classes.

II.3. O Capitalismo

É o sistema económico que se caracteriza pela propriedade privada dos meios de produção e pela liberdade de iniciavas dos próprios cidadãos.( Giddens, 2004)
Neste sistema, a produção e a distribuição das riquezas são regidas pelos mercados, no qual, em tese, os preços são determinados pelo livre jogo de oferta e de procura.
O capitalista, proprietário da Empresa, compra a força de trabalho de terceiros para produzir bens que, após serem vendidos, lhe permita recuperar o capital investido e obter excedentes, denominados lucros.

Outros elementos que caracterizam o capitalismo, são a acumulação permanente de capital, a geração de riquezas, o papel essencial desempenhado pelo dinheiro e pelos mercados financeiros, a conferencia, a inovação tecnológica, e nas fases mais avançadas da evolução do sistema do surgimento e expansão de grandes empresas multinacionais.
A evolução capitalista industrial foi em grande parte consequência do desenvolvimento tecnológico.

Giddens (2004) , afirma que, numa sociedade com progressos contraditórios, o capitalismo sempre passou por períodos de crise económicas, desequilíbrio politico e inúmeros conflitos. É nesta época que nasce a sociologia ciência inicialmente preocupada em restabelecer a ordem perdida pelo capitalismo.

II.2. Crítica ao capitalismo
A mais rigorosa critica ao capitalismo, foi feita por Karl Marx, ideólogo Alemão que propôs alternativas socialistas para substituir o capitalismo.

Segundo Marx, o capitalismo encara uma contradição fundamental entre o carácter social da produção e o carácter privado da apropriação, que conduz a um antagonismo irredutível entre as duas classes principais da sociedade capitalista: a Burguesia e o Proletariado, (o empresário e os assalariados)


CAPITULO III. CASOS CONCRETOS DE OCORRÊNCIA DE SUICÍDIO NA CIDADE DE MAPUTO

Este trabalho pretende-se apresentar um caso de suicídio extraído de um artigo não publicado do Ministério da Mulher e Acção Social.
Sr. “M” de 32 anos de idade, juntado e pai de 2 filhos. De nacionalidade Moçambicana residente num dos bairros periféricos da cidade de Maputo capital de Moçambique, encontrando-se até ao ano dois mil e dois a trabalhar numaa empresa que produzia e vendia leite condensado em Moçambique, desgnada por empresa “X”.
Sua vida começa a mudar quando a empresa onde trabalhava foi privatizada e posteriormente encerrada mudando o tipo de serviço que prestava e antes Paulatinamente foram-se introduzidas novas tecnologias de ponta na empresa.
Um número considerável de trabalhadores foram despedidos, recebendo uma insignificante indemnização. Sua vida jamais foi a mesma. sentia-se desesperado e sem esperança de encontrar outro emprego.
Passou a depender dos negócios que a mulher fazia para garantir a alimentação para a família e a escolarização dos seus filhos.
Numerosas discussões foram levadas a cabo pela classe dos operários contra os proprietários da empresa. contestavam o valor irrisório da indiminização em benefícios da compra de onerosas maquinas que deixaram muitos pais de família sem emprego e sem um directrizes claras para as suas vidas.
Sr. “M” não desistiu de procurar emprego noutras empresas, porque não tinha uma formação académica que lhe permitia ter um emprego condigno, passou a desenvolver uma crise de depressão caracterizado por: por um estado reduzido do funcionamento psicológico e mental frequentemente associado com sentimento de infelicidade, perda de interesse, e inabilidade para usufruir qualquer experiência, tristeza, perda do apetite, distúrbios do sono, em especial logo no inicio da manhã, passividade de pensamento ou intenções suicidas, uma baixa auto-estima avaliação negativa pessoal que um individuo faz de si mesmo, o senso de seu próprio valor ou competência.
Este cenário durou três anos até que em dois mil e cinco, era um viciado crónico de bebidas alcoólica tradicionais contraindo avultadas dívidas que não conseguia pagar.
Meses depois escreveu uma carta onde refira a si próprio como um abutre sem valor e que tinha uma vontade de desaparecer porque a vida foi injusta com ele, e que não havia emprego para ele, achava melhor coisa a fazer deixar de dar trabalho a família, pós ele constituía um encargo para a família.
Dias depois um órgão de informação sediada na capital de Moçambique anunciava a existência de um corpo a flutuar nas águas da praia da mira-mar na avenida marginal, confirmando a sua morte, onde segundo testemunhas oculares, ele teria ficado uma coisa de 15 minutos sozinho na beira da praia parecendo quem está a espera de um amigo, mas que afinal era tentativa consumada do suicídio por parte do sr. “M”.

CAPITULO IV. ANÁLISE SOCIOLÓGICA DO CASO

Fazendo uma análise sociológica do caso podendo apoiar-se em teóricos que se notabilizaram no surgimento das ciências socias, como Karl Marx e Émile Durkheim.
Apoiando-se no materialismo histórico-dialéctico como método de análise da vida social na medida em que ela é determinada pela história.
O postulado básico do marxismo é o determinismo económico da estrutura do desenvolvimento da sociedade e um contraditório capitalismo nas sociedades de classe, onde outros quando produzem enriquecem outros empobrecem, dai que surge um conflito no momento em o capitalismo tenta produzir seus bens põe em causa a sobrevovência do próprio homem, em virtude de no mesmo momento produzir produtos tóxicos a sua saúde.
Desta forma, para o caso em estudo, o desenvolvimento tecnológico associado a privatização das empresas que antes pertenciam ao Estado e os meios de produção passam a ser individualizados, verifica-se uma grande contradição na medida em que o desenvolvimento tecnológico permite um explosivo aumento da produção em contraste promove o desemprego e uma crise económica ao nível da classe operária.
A vida social resulta de conflitos de classes e o caminhar desta não é convergente. Face a um elevado número de desempregados, há um grande conflito entre os trabalhadores e o patronato caracterizado pela luta pelos seus direitos exigindo, portanto, o restabelecimento da ordem.
A grande contradição provocada pelo sistema capitalista aumenta consideravelmente a produção de bens esquecendo-se da parte social que fica prejudicada na medida em que há um grande desvio da normalidade caracterizado por fadiga, desgastes psicofísicos, desemprego e cumulativamente, o eminente suicídio analisado por Durkheim como um desvio da normalidade no contexto em que foi estudado. Entretanto, recorrendo a mesma teoria podemos fazer analise do mesmo fenómeno que enferma a nossa sociedade.
Durkheim é categórico ao afirmar que a normalidade é entendida como sinónimo de generalidade. Um fenómeno social é normal quando encontrado de forma geral, permitindo nos afirmar que o desemprego é um desvio à normalidade causado pelo capitalismo.
Se um desvio mantém-se numa sociedade é porque tem uma utilidade.
No que concerne ao suicídio, pode-se enquadrar a acção de Sr. M nos três tipos de suicídio:

Suicídio egoísta: por sofrimento interno que lhe deixava desconfortável.

Suicídio altruísta: pensou na sua família achando que com a sua morte deixaria de preocupar os outros.

Suicídio anómico: resulta do desenvolvimento tecnológico e do capitalismo que fez com que este ficasse desempregado.

Em suma, constata-se uma estreita relação entre o desenvolvimento tecnológico, económico e a dinâmica social do grupo. A acção grupal perpassa a acção individual, isto é, tem efeito ao nível da sociedade em geral e esta análise deve ser feita num compito social.















V. CONCLUSÃO
Em última análise, pode-se compreender que o materialismo histórico dialéctico é baseado numa contradição interna entre os fenómenos. Os conflitos sociais são inevitáveis entre as classes e tem com finalidade a reposição da normalidade.
Perante o desvio social que se verifica na sociedade, há probabilidade de resultar num suicídio. Deste modo, Durkheim enfatiza que o problema não resulta de problemas económicos só, mas sim, da falta de consenso e consequentimente cria um desvio na sociedade pois a socidade é que traça as normas e padrões a serem seguidos pelos membros de uma comunidade.
A partir da análise do Durkheim, tenta-se evidenciar a influência que a sociedade exerce sobre o indivíduo, e uma vez que esta se modifica o indivíduo terá de possuir os meios necessários para a poder acompanhar, isto é, situar-se individualmente dentro do colectivo, para não se abater num estado anómico.
Durkheim levou esta perspectiva ao extremo desenvolvendo um estudo sociológico com base nas estatísticas francesas do suicídio, e chegando à conclusão que as forças maioritárias que levam o indivíduo a terminar com a própria vida são exteriores, isto é, o meio social em que este se encontra é que vai determinar o desfecho da sua vida.”As causas reais do suicídio são forças sociais que variam de sociedade para sociedade, de grupo para grupo, de religião para religião. Emanam do grupo e não dos indivíduos tomados um a um.” (Raymond Aron, pag.331).

Como forma de superar estes problemas sugere-se que haja uma intervenção decisiva do estado na vida económica da sociedade, face ao problema que as pessoas enfrentam devido ao stress do trabalho, desenvolvimento económico, assim, deveria existir em cada grupo social uma área que responda pelos problemas de ordem social.
Em suma, o problema do suicídio na actualidade assim como foi abordado pelos teóricos contemporâneo, não pode ser vista de forma isolada, entretanto este é um problema conjuntural que envolve não só o indivíduo assim como a sociedade em geral. Portanto, urge fazer um estudo aprofundado e uma análise sociológica aprofundada acerca dos factores sociais que podem influenciar no aumento da taxa de suicídio nas sociedades modernas.
Aqui pode-se concluir que os factor capitalismo influencia na prática do suicídio, visto que o tipo de suicídio que aconteceu com o sr. “M” é do tipo anómico, vigente nas zonas industriais e comerciais, quando o indivíduo procura competir e fazer relacionar aquilo que para ele constitui aspirações verso satisfação.
Sem sombra de dúvida, o capitalismo no momento em que produz introduz novas tecnologias que por sua vez, vão degradando a própria vida do homem que está exactamente empenhado na produção dos seus bens, e ao mesmo tempo criando um forte conflito entre os mesmos, culminando com a exploração do homem pelo próprio homem.
Contudo, com base naquilo que eram os resultados esperados com está pesquisa, pode-se afirmar concretamente que o suicídio é gerado pela procura de instaisfação, isto é, baseando-se numa abordagem sociológica dos dois teóricos que se evidenciaram naquilo que era a génese das ciências sociais, usadas para explicar factos que se verificam nas actuais sociedades modernas.

VI. RECOMENDAÇÕES

O cidadão necessita de sentir-se parte integrante da comunidade e cabe aom Governo, a sociedade civil, a igreja se preocupar constantemente com o aspecto da motivação, para que os mesmos trabalhem motivados. Para tal sou da opinião que:

As comunidades devem identificarem as condições psicológicas que conduzem a comportamentos desmotivantes para a práctica do suicídio e de seguida adoptar as seguintes medidas:

i. Reconhecimento durante a produção Capitalista

• Reconhecer / valorizar esforços dos cidadãos pela execução de tarefas;
• Interessar-se pelos problemas profissionais que afectam os funcionários;
• Deixar as pessoas falar sobre o que as motiva e escutá-las com atenção sem intervir desnecessariamente,
• Facultar informação em momento e lugar adequado;
• Oferecer crescentes responsabilidades como recompensa pelo bom trabalho efectuado e evitar ;
• Encorajar os individuos a tomarem responsabilidades. Mostrar-lhes que aprecia quando alguém se encarrega de uma tarefa e inova pela positiva;
• Utilizar algum tempo para conhecer melhor os colaboradores e as suas reais capacidades e competências durante a produção visto que sabemos o capitalismo quando produz os seus bens gera conflitos entre os elementos;

ii. Progresso/Desenvolvimento

• Criticar construtivamente sem ter que interferir desnecessariamente aos indivíduos que tentam experienciar uma tentativa de suicidio;
• Proporcionar fuma reabilitação ou apoio psicológico aos indivíduos;
• Promoção (progresso, mudança de nível ou de posição e do comportamento dos praticantes do suicidio, formação proporcionada pela sociedade possibilidades de promoção que oferece o posto de trabalho).
• Criar oportunidades para que os cidadãos possam assistir a eventos externos (seminários, e palestras sobre o mal que o suicidio traz as comunidades).

iii. Competências do Governo:

• Relações interpessoais (melhoramento das relações com superiores, colegas e vizinhança), por forma a criar um ambiente de harmonia entre todos den tro do país.
• Criar uma Política abrangente (através de decretos ou leis que condenem exactamente indivíduos que de qualquer maneira optam pelo recurso ao suicídio).




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Aron, Raymond (2001).As Etapas do Pensamento Sociológico. 7ed. Lisboa: Dom Quixote, pp.323-337.
2. Davidoff ( 2001), Introdução à Psicologia. Brasilia: Broksom Book.
3- Durkheim, É.(2001); O Suicídio, Estudo Sociológico. Lisboa. 7ª ed: Editorial Presença
4 - Durkheim, É(2001). As Regras do Método Sociológico. Lisboa. 8ed: Editorial Presença.
5 - Giddens, A (2004).Sociologia. Lisboa. 4ed: Fundação Calouste Gulbenkian, pp8-11.
6- OMS (1997). A Saúde mental dos refugiados. Edição Joop T.V.M de jong.